quinta-feira, dezembro 30, 2004

Loureiro Pingo Doce 2003
Da casa que faz o Ameal. Verde branco ligeiro e muito fresco, sedoso e delicado. Ar de verão, que pode apelar a comida de verão. Retemperador, no interlúdio das festas de inverno.

Loureiro 2003
Da Adega Cooperativa de Ponte de Lima. Um pouco agressivo e agridoce a mais. Rude, do campo. Como os lenhadores.

Cortes de Cima 2000
Aroma intensíssimo de fruta vermelha, que acompanha o travo alongado, muito frutado. Grande vivacidade. Vinho moderno e muito dinâmico.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Santa Valha 2003
Tinto VQPRD Valpaços, já anteriormente aqui referido. 14,5º de corpulência. Será a retoma (fora da Adega Cooperativa) da tradição nobre dos vinhos de Valpaços? Este, ainda terá que esperar algum tempo para revelar a sua dimensão.

Pera Manca Branco 2001
Nunca demais repetir. Aroma incisivo. Irrepreensível concerto de equilíbrio e harmonia.

Solar de la Vega Verdejo 2003
Grande aroma de maracujá, que se prolonga na boca, num travo de marcada fruta, em que a doçura está bem dimensionada com a acidez. Está no ponto.

Confrerie des Gourmets Bordeaux 1998
Palhete franciú, sem consistência nem especificidades que mereçam nota. Se os estrangeiros não tivessem, por imposição do fado lusitano e pela natureza das coisas, privilégios óbvios em Portugal, este tinto não se beberia.

Albariño Dionisos Rias Baixas 2002
Algo verdasco e rude. Mas óptimo no género, com bom pico de acidez fresca e gorda

sábado, dezembro 25, 2004

Reserva ACR 2001
Tinto potente, de 14º. Vinho de grande elegância. Forte e quente, rico de sabores e travo muito adstringente. Foi excelentemente com um cabrito no forno.

Reserva Especial Ferreirinha 1990
Por falar em cabrito no forno, este clássico foi ainda melhor. Mineral e linear. Acutilante, de grande elevação. Óptimo.

Montes Ermos Reserva 2001
Vinoso e agreste, este tinto de Freixo-de-Espada-à-Cinta está talvez ainda um pouco verde e adstringente.

Casa do Arco 1990
Equilíbrio entre o carácter mineral, do “terroir” e a corpulência da terra quente transmontana. Resultado elegante. O segredo deste vinho está em abrí-lo no dia anterior, para que respire. Talvez tenha sido o último moicano da Adega Cooperativa de Valpaços.

Quinta de Santa Bárbara Porto Tawny Colheita 1986
Muita madeira e nobreza. Registo tradicional, de caramelo e canela. Back to basics, mas muito agradável.

Quinta de Santa Bárbara LBV 1999
Cerejas maduras, em vinho muito estruturado.

Ramos Pinto LBV 1997
Porto não filtrado e portanto perigoso, pelas consequências. Pelas mesmas razões é muito rico e substancial. Travo de chocolate, algo picante. Vivaço e intenso. Bom vinho.

Dom Salvador Alvarinho 2003
Muito aromático, de travo rico. Honesto, sem concessões, embora não chegue a ser exuberante.

Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2003
Branco freco e acutilante. Só revelará a sua riqueza a uma temperatura menos fria.

Encostas do Rabaçal Trincadeira Preta 2002
Vinho modernaço, da escola Joanne Harris, porque tem travo de batatas cruas e, eventualmente, nabo. 14,5º!

Encostas do Rabaçal Touriga Franca 2002
Chocolate preto, sem açúcar, tipo Celeiro. Algum mofo, também. Talvez fosse da garrafa.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Meandro 2002
Tinto do Douro, que não esconde a origem terrosa. É másculo, de personalidade muito segura de si. Adstringência intensa. Ainda é muito novo. A beber-se já, deve ser decantado e arejar um pouco em copo largo. Podendo, deixe-se envelhecer. Ganha com comida (LP dixit e muito bem dito).

Síbio Vintage 1970
Este porto da Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal tem um aroma pujante, mas muito delicado. Revela uma harmonia muito doce e nobre, com forte mas delicado travo de caramelo. Desenterrado do passado, é um vinho de outra dimensão.

Quinta de Cabriz Reserva 2000
Delicadeza e equilíbrio enérgico. Polpa fresca e rica.


quinta-feira, dezembro 09, 2004

Quinta do Vale Meão 2002
As castas, são das mais tradicionais no Douro: tourigas (nacional e franca) e tintas (roriz e barroca). O perfil é o de um genuíno Douro. É agreste e musculado. Nada quente ou preguiçoso. É muito afirmativo e tem grande personalidade, que vai deixando demoradamente na boca. Rico de sabores, mais que de aromas. Deve repousar antes de ser servido.

Esporão Branco Reserva 2003
Muita madeira, num corpo gordo. Travo intenso e pujante.

Francisco Nunes Garcia Reserva 2001
Chocolate amargo no estado líquido. Grande sofisticação e elegância. Vinho de excelência.

Vinha Grande 2001
Aroma muito jovem e másculo. Em geral, este é o tom deste vinho: verde e adstringente.

Pêra Manca Branco 2002

É um risco dizê-lo, mas é o melhor branco até agora aqui blogado, concedendo que quando o nível é o da excelência o critério está no gosto de quem prova. Compará-lo com o Redoma, por exemplo, é igual a perguntar se é melhor ir de férias para o campo ou para a montanha. Garrafa nº 26.731, que curiosamente ganhou com um ligeiro arejamento. A nobreza esmaga (ou serão os 14%?). Harmonioso e irrepreensível. Que elegância e sofisticação!

Marquês de Borba tinto 2003
Os 13,5% notam-se no corpo e no vigor. Rico no sabor e vivaço. Talvez venha a tornar-se mais delicado com o tempo. Exige acompanhamento de comida condimentada.