quinta-feira, novembro 20, 2003

"Vallado branco 2001" - Está no ponto: nem lhe falta maturação nem está passado. O viosinho harmoniza o leque de aromas que se apercebem, dissipando as discrepâncias entre a pujança agreste do verdelho, a finura da malvasia fina, a docura do moscatel e a persistência áspera do rabigato.

"Adega de Pegões, Branco - Colheita Seleccionada 2002" - Frescura consistente que se prolonga num final intenso, com personalidade forte. Masculino, dizia o anotador e o LP. Feminino, dizia a Ana e a Inês.

"Vinha Grande 1997" - Os vinhos nobres não precisam de se anunciar. Notam-se. Neste, evidencia-se a delicadeza elegante. A sua nobreza não é altiva, nem a consistência é vaidosa. Este vinho é sóbrio e equilibrado. Um aristocrata.

"Osborne LBV 1995" - Agressivo e apimentado, este Porto será do agrado de quem gosta de vinhos achocolatados. Convirá consumí-lo.

segunda-feira, novembro 17, 2003

"Fontanário de Pegões - Branco 2002" - Este fontenário de surpresas foi originariamente comprado, desdenhando do preço, para regar umas frescas douradas que esperavam pelo forno. Acabou por fazer-lhes companhia mais tarde, depois de assadas. E com vantagem para a alternativa. Não impressiona, mas surpreende. E satisfaz.


"Adega da Porca" - Tintorro de Murça, claro. Estava fresquinho e até foi pena não haver sardinhas para o acompanhar.

segunda-feira, novembro 10, 2003

"Duas Quintas - Tinto 1995" - Garrafa esquecida, encontrada de surpresa no fundo da garrafeira do Zé. No início, parecia morta. Depois veio a revelar-se apenas adormecida, a precisar de acordar. Quando se revelou, manifestou aroma de cacau, agressivo no nariz, mas sem ser rude (portanto talvez mais incisivo que agressivo), com travo áspero. Compacto e com alguma pujança.

domingo, novembro 02, 2003

"Quinta da Alorna - Reserva 2002, Branco" - Combinação equilibrada de chardonnay e arinto. A primeira confere ao vinho a marca genética. A segunda desengordura-o das características típicas da primeira. Fica cheiínho (leia-se compostinho). Embora não seja fugaz, não chega a ser persistente. Mais frio será mais subtil e menos redondo.

"Adega de Pegões - Colheita seleccionada 2002, Branco" - Desta proveniência há que contar, antes de mais, com uma excelente relação preço qualidade. Neste vinho, as notas de madeira escondem o chardonnay, que se oculta envergonhado pelo corpo consistente do arinto. Foi justificada a medalha de prata ganha no Challenge International du Vin de 2003.

"Evel Grande Escolha 1998" - Tinto robusto sem ser musculoso. A idade talvez o tenha tornado mais delicado e talvez lhe tenha limado arestas. Ao mesmo tempo que o arredondou libertou algum travo a ginjas. Quiça já tenha estado (ainda) mais picante do que está.

"Esporão Reserva 1999" - Deveria ter-se bebido uma garrafa de coleccionador como esta (é daquelas que ainda ostentam no rótulo uma imagem de um simpático homem das arábias e foi objecto de censura a propósito de bélico conflito recente)? Devia. Por duas razões : primeira, porque vinhinho que não se bebeu, é vinhinho que não se bebe; segunda, porque se assim não fosse, deixava de poder apreciar-se um néctar agressivo e incisivo, com a marca da terra onde foi colhido e travo a ameixas maduras.

"Porto - Quinta do Infantado LBV, 1994" - Antes de mais, há que deixar claro que estamos perante um vinho de categoria superior. E mais nada. Dito isto, há que acrescentar que o chocolate que inspira e a densidade picante compensam o final curto e pouco persistente. É um vinho ligeiro sem ser leviano em que o impacto da primeira prova não é repetido nas seguintes.