sábado, dezembro 27, 2003

"Grand' Art Touriga Nacional 2000" - Rico e picante, dominado por travo de pimentos verdes.

"Valle Pradinhos Tinto 2000" - Delicado (não se esperava, de um vinho transmontano) e fresco, com adstringência equilibrada.

"Valpaços Reserva 1970" - Intensidade aromática. O tempo fez esgotar a fruta e desgastou os taninos. Sobrou alguma percepção sulfurosa.

"Cistus Reserva 2001" - Tinto musculado e robusto. Apela às amêndoas doces do Alto Douro onde foi colhido.

"Caves Primavera Baga/Cabernet Sauvignon 1997" - Fusão estranha de duas castas em nada parecidas. Síntese inquieta e algo aborrachada.

quinta-feira, dezembro 25, 2003

“Porto Poças Vintage 2001” – Chocolate quente, doce e muito picante. Adstringência intensa, que vai garantir longevidade a quem resistir à tentação e guardar o vinho.

“Cabeça de Burro Reserva 1997” – Vinho mineral, com o travo dos vinhos tradicionais de inspiração bordalesa.

“Pêra Manca Branco 2001” – Frutado e sem ponta de acidez. Sabor cheio, sem ser enjoativo. Seco, mas não agressivo.

“Murviedro Crianza 2001” – DO Valência. Linear mas com corpo e personalidade. Revela fruta vermelha, mas ainda verde.

“Chateau Rabaud-Promis (un prémier cru classé), Sauternes” e Foie Gras Pierre de Chaumeyrac :
O casamento imbatível. O agridoce de um branco velho muito nobre com o acetinado consistente do foie gras de canard do sudoeste de França, condimentado com Armagnac.
Dizia o LP : Aroma evoluído, revelando a podridão nobre que o caracteriza, a mel, frutos secos, vinagrinho. Na boca, alguma agulha que se vai dissipando; é fresco e meloso. Uma escolha adequada para o foie gras.

“Redoma 2000 Tinto” e “Marques de Griñon Cabernet Sauvignon” – Uma disputa da Liga de Campeões. O Redoma, com suavidade e delicadeza elegante e nobre. É caso para dizer mesmo, um vinho aristocrata. O Griñon, mais vivaço e senhorito, à espanhola. Por isso, menos poético que o lusitano.

“Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2000” – Modernaço e pujante.

“Quinta de Santa Bárbara – Porto Vintage 1999” – Macio e delicado. Mas apesar disso, muito composto.

“Vinho da casa – Casa de Samaiões (Chaves)” – Alicorado, dizia o LP. Teor alcoólico descomandado, dizia o Zé. Digo eu : travo de morangos; carnudo e potente.

“Grand’ Arte Cabernet Sauvignon 2000” – Nariz cheio e envolvente. Travo de maçãs azedas comidas em Novembro.

“Redoma Branco 2001” – Absolutamente dominador. Mas por sua vez, dominado pelo sabor herbáceo da madeira do casco.

“Quinta de Santa de Bárbara – Porto LBV 1999” – Aroma a ginjas. Acetinado, mas escuríssimo. A cor e a opacidade são esmagadoras.

“Cortes de Cima 2000”:
Zé : 14º de vinho jovem e doce que acompanha bem a carne barrosã; melhor do que o tinto de Sanfins do Douro.
LP : Madeira, álcool, fruta madura ou a demonstração de que o todo pode ser maior que a soma das partes. Um belo vinho.

“Porto Pousada LBV 1997” – Vinho espesso e picante, voluptuoso e sensual.

terça-feira, dezembro 23, 2003

"Valpolicella - Castel San Pietro, 2002" - Tinto translpino ligeiro, com travo de ameixas verdes. Canela, dizia a Sara. Acutilante, mas de final curto.

sábado, dezembro 20, 2003

"Vinha Grande 1999" - Delicadíssimo e fino, mas vivo. Aroma mais que cheio. Muito equilibrado e sem qualquer aresta. Para mastigar.

"Francisco Nunes Garcia - Reserva 2000" - O alicante-bouschet está bem presente e marca de forma indelével o perfil deste vinho. Final muito persistente, que arrasta pela boca os taninos e as restantes películas que não ficaram sedimentadas no fundo da garrafa nem no copo.

"Marques de Griñon - Cabernet 1998" - Sabor a terra coberta de erva seca depois da chuva. Cheio. Ocupa cada um dos recantos da boca. Apesar disso, um final curto e algo redondo. Não se dá pelos 14 graus e meio...

"Marques de Griñon - Petit Verdot 1999" - Corpo cheiíssimo e prolongado. Parece feito de vegetação. Adstringência total.

"Gran Feudo, Blanco Dulce de Moscatel 2001 - Navarra" - Vinho de sobremesa das Bodegas Julian Chivite. Dir-se-ia estar a beber um moscatel de Favaios. Mas é mais fresco e mais leve. Tem menos teor alcoólico e é excelente para sobremesa.

"Pousada - Porto LBV 1997" - Picante, quente e envolvente. Travo áspero e mastigável de maçãs doces, mas antes de estarem maduras.

"Chaves Branco 2001" - Seco e rude. Dizia o Zé, como as penedias em que foi colhido.

"Marques de Griñon - Rioja 2000" - Nariz cheio de aroma evoluído. Travo ligeiro mas muito vegetal, conferido pelo aragonês.

quarta-feira, dezembro 10, 2003

"Encostas da Maia" - Vinho verde, da Quinta de Santa Cruz. 9,5º de frescura muito ligeira. Não é possível encontrar este refresco no mercado. É pena.

"Hero da Machoca - Reserva 1999" - Consistência suave e delicada. Taninos firmes, sem serem rudes. Talvez acompanhe bem com porco doce.

"Cistus 1999" - Sem poder comparar-se, nem de longe, com os reserva da mesma casa, este DOC Douro inspira memória de fruta vermelha, pouco madura.

"Encostas do Rabaçal - Tinto Reserva 2000" - 14,5 º. Adega Cooperativa de Valpaços. Medalha de Prata no III Concurso Nacional de Vinhos Engarrafados de 2003. Bem merecida. Notas de fruta madura no início do verão. Apimentado, revela suavidade musculosa.

"Encostas do Rabaçal - Touriga Franca 2001" - Este, tem menos um grau (13,5º). Sabe a mosto e erva seca. O aroma lembra o Outono e as vindimas.

quinta-feira, novembro 20, 2003

"Vallado branco 2001" - Está no ponto: nem lhe falta maturação nem está passado. O viosinho harmoniza o leque de aromas que se apercebem, dissipando as discrepâncias entre a pujança agreste do verdelho, a finura da malvasia fina, a docura do moscatel e a persistência áspera do rabigato.

"Adega de Pegões, Branco - Colheita Seleccionada 2002" - Frescura consistente que se prolonga num final intenso, com personalidade forte. Masculino, dizia o anotador e o LP. Feminino, dizia a Ana e a Inês.

"Vinha Grande 1997" - Os vinhos nobres não precisam de se anunciar. Notam-se. Neste, evidencia-se a delicadeza elegante. A sua nobreza não é altiva, nem a consistência é vaidosa. Este vinho é sóbrio e equilibrado. Um aristocrata.

"Osborne LBV 1995" - Agressivo e apimentado, este Porto será do agrado de quem gosta de vinhos achocolatados. Convirá consumí-lo.

segunda-feira, novembro 17, 2003

"Fontanário de Pegões - Branco 2002" - Este fontenário de surpresas foi originariamente comprado, desdenhando do preço, para regar umas frescas douradas que esperavam pelo forno. Acabou por fazer-lhes companhia mais tarde, depois de assadas. E com vantagem para a alternativa. Não impressiona, mas surpreende. E satisfaz.


"Adega da Porca" - Tintorro de Murça, claro. Estava fresquinho e até foi pena não haver sardinhas para o acompanhar.

segunda-feira, novembro 10, 2003

"Duas Quintas - Tinto 1995" - Garrafa esquecida, encontrada de surpresa no fundo da garrafeira do Zé. No início, parecia morta. Depois veio a revelar-se apenas adormecida, a precisar de acordar. Quando se revelou, manifestou aroma de cacau, agressivo no nariz, mas sem ser rude (portanto talvez mais incisivo que agressivo), com travo áspero. Compacto e com alguma pujança.

domingo, novembro 02, 2003

"Quinta da Alorna - Reserva 2002, Branco" - Combinação equilibrada de chardonnay e arinto. A primeira confere ao vinho a marca genética. A segunda desengordura-o das características típicas da primeira. Fica cheiínho (leia-se compostinho). Embora não seja fugaz, não chega a ser persistente. Mais frio será mais subtil e menos redondo.

"Adega de Pegões - Colheita seleccionada 2002, Branco" - Desta proveniência há que contar, antes de mais, com uma excelente relação preço qualidade. Neste vinho, as notas de madeira escondem o chardonnay, que se oculta envergonhado pelo corpo consistente do arinto. Foi justificada a medalha de prata ganha no Challenge International du Vin de 2003.

"Evel Grande Escolha 1998" - Tinto robusto sem ser musculoso. A idade talvez o tenha tornado mais delicado e talvez lhe tenha limado arestas. Ao mesmo tempo que o arredondou libertou algum travo a ginjas. Quiça já tenha estado (ainda) mais picante do que está.

"Esporão Reserva 1999" - Deveria ter-se bebido uma garrafa de coleccionador como esta (é daquelas que ainda ostentam no rótulo uma imagem de um simpático homem das arábias e foi objecto de censura a propósito de bélico conflito recente)? Devia. Por duas razões : primeira, porque vinhinho que não se bebeu, é vinhinho que não se bebe; segunda, porque se assim não fosse, deixava de poder apreciar-se um néctar agressivo e incisivo, com a marca da terra onde foi colhido e travo a ameixas maduras.

"Porto - Quinta do Infantado LBV, 1994" - Antes de mais, há que deixar claro que estamos perante um vinho de categoria superior. E mais nada. Dito isto, há que acrescentar que o chocolate que inspira e a densidade picante compensam o final curto e pouco persistente. É um vinho ligeiro sem ser leviano em que o impacto da primeira prova não é repetido nas seguintes.

segunda-feira, outubro 27, 2003

Os Vinhos de António Saramago
(Experiência enogastronómica apoiada pelos patrocinadores habituais).

"Espumante ACR 2001" - Travo com perfil tradicional para o género. Muito gasoso. Sendo da zona de Redondo, não está mal.

"Merus, Arinto 2002, Branco" - Doce e rude. Serão características compatíveis, no mesmo vinho ? Talvez acompanhando com umas tâmaras com chouriço ou umas ameixas com queijo terrincho.

"Tapada de Coelheiros, 2002, Branco" - Tem o prolongamento do chardonnay, sem a desvantagem de ser manteigoso.

"Tapada de Coelheiros, Chardonnay, 2002" - Muito intenso e complexo. Por isso, pela peculiaridade da casta, talvez deva ser somente usado para aperitivo ou talvez mesmo, sem mais aperitivos. É, em todo o caso, reservado a apreciadores de chardonnay.

"Hero dos Avós, Garrafeira, 1999, Tinto" - O agridoce de Setúbal. Áspero, mas bem compostinho. Vai longe. Talvez devesse ter ido mais longe antes de ser aberto e bebido.

"Quinta do Alqueve, Syrah 2001" - Há algum vinho mais áspero que este ? Em todo o caso, mais quatro graus de álcool e podia muito bem confundir-se com um Porto Vintage.

"Licoroso ACR - 30 anos" - Aroma animal, com notas de couro, dizia o LP.
Quatro voos, quatro vinhos.

"Chateau Canteloup 2001" - Tinto com denominação de origem Médoc (portanto Bordéus), com 12,5º. De consumo corrente. Com a refeição, sempre vai melhor que uma cerveja.

"Domaine Franck Millet" - Sancerre branco, engarrafado pelo produtor. Algo amanteigado, a revelar algum chardonnay, que quer esconder-se. Talvez por isso é um pouco frutado, mas predominantemente seco.

"Campo Viejo, Tinto 1997" - Rioja duro. Logo ao abrir, o aroma faz revelar o cabernet. Depois, é redondo e fugaz, sem grande complexidade. Há que bebê-lo depressa, porque a primeira impressão é melhor que as seguintes.

"Marquês de Marialva Branco 2001" - Agitar vinhos, mesmo que brancos, não é grande ideia. Apesar disso, este branco da Adega Cooperativa de Cantanhede pareceu cheio e intenso. Sem se poder qualificar como branco velho, é um branco tradicional, à antiga. Mais que seco, roça o áspero.

sábado, outubro 25, 2003

"Cistus Grande Reserva 2000" - 14 graus de vinho. Este néctar é grande em tudo, corpulento mesmo. Ou, como dizia o LP, um gigante manso. É denso mas de fácil interpretação. E, além do mais, joga num campeonato complemente diferente das colheitas normais da mesma casa, que jogam na regional - sem ofensa..., estava a falar na denominação de origem.

terça-feira, outubro 21, 2003

(Ficou esquecido do verão...)
Vinho e Sardinhas.
Trata-se de uma vexata quaestio" : que vinho acompanha melhor umas sardinhas frescas assadas na brasa? Primeira opção : tinto ou branco? Mas talvez a questão esteja mal colocada... Maduro ou verde? Mas talvez não haja uma resposta universal... A proposta de hoje é a de um vinho verde branco monovarietal de loureiro. A referência nesse campeonato é obviamente o Quinta do Ameal. Mas a proposta de hoje é o Loureiro da em>Quinta da Lixa 2002. Trata-se de um vinho seco, fresco, não muito subtil e que, talvez por isso mesmo dá luta a sardinhas acabadas de assar na brasa. Não ganham as
sardinhas nem o Loureiro : ganha o provador !
LP


sexta-feira, setembro 26, 2003

"Coroa D'ouro" - Tinto, colheita 1999 - Este vinho da casa Poças tem um aroma que faz lembrar o ambiente das vindimas, telúrico, orgânico e vinoso. É como um veículo utilitário de fabrico coreano : não suscita grande emoção, mas é honesto e está ao nível do seu preço.

segunda-feira, setembro 15, 2003

"Duc de Berticot - 2000" (Côtes de Duras) - Apesar de ter uma medalha de prata no Concurso de Vinhos de Bordeaux, em 2002, as garrafas numeradas deste vinho tiveram pouca circulação. Tem aroma de baunilha ou talvez outras especiarias de outros hemisférios. Destas paragens, sabor a frutos vermelhos, com taninos bem presentes, a rivalizarem com o travo do carvalho onde o vinho estagiou.


"Domaine de la Chartreuse 2001" (Côtes du Rhone) - Parece ser um vinho de grande consumo, com alguma adstringência, a lembrar morangos silvestres. Embora seja um vinho à antiga, pareceu salutar e caiu bem. Talvez fosse do acompanhamento.

domingo, agosto 31, 2003

PONTO E VÍRGULA. As férias estão a acabar e chegou a altura de fazer as malas e voltar a casa. A experiência enobloguista chegou a uma nova etapa. A partir de agora, iniciada a temporada de caça, volta a coca-cola sem álccol e a água sem gás, light e sem cafeína.
Melhores dias voltarão.
Finda esta etapa, obrigado ao Zé e ao Luís Paulo, patrocinadores oficiais do blog e ainda verbalizadores, nem sempre graficamente materializados, de muitas das opiniões oficiosas que ficam.
"Porto Quinta da Devesa - Garrafeira Particular" - A origem deste vinho do Porto, de lote, é um vinhão de 1944, sucessivamente refrescado pelo produtor. É vetusto, muito consolidado e agradável. Um vinho à antiga portuguesa. PS: a garrafa estava em casa há mais de 20 anos e, quem a ofereceu já a tinha havia mais tempo. Não vale a pena procurar porque não há no mercado.
"Alvarinho Soalheiro, 2002" - Que dizer deste vinho, tão harmonioso e em nada dissonante, sem qualquer ponta extravagante? Apenas que é um alvarinho domesticado, em que o lado selvagem e másculo da casta está controlado e muito civilizado.

"Verdicchio di Matelica, DOC 2001" - Este vinho bebia-se nos palácios venezianos de há 300 anos. Desde então, não piorou. Mas também não se lhe notam melhoras.

"Grand' Arte, Touriga Nacional 2000" (DFJ) - Será que o aroma é de amora, ou antes de batido de amora? Este vinho é pastoso e leitoso, quase agridoce.

quarta-feira, agosto 27, 2003

"Quinta do Carmo, branco, 2002" - Vinho sofisticado de grande amplitude. Se refrigerado, é fresco, mas muito misterioso. Quando aquece, o arinto assalta-lhe o sabor e dá-lhe um travo herbáceo e ácido.

"Viña Tarapacá, Pinot Noir, 1999" - Vinho de denominação de origem de Maipo Valley, Chile. Os 14 graus são ligeiros, mas algo encrespados e um pouco adstringentes. No nariz, apercebe-se o aroma a borracha normal para a casta. O final, é curto e picante.

"Jacob's Creek, Shiraz Cabernet, 2000" - Será este um típico cabernet ? A verdade é que o Shirah não se apercebe muito. O vinho, embora consistente, é ligeiro e picante. Talvez por ser novo, é algo adstringente.

"Porto Pousada Vintage 1997" - Que vinho ! O aroma é algo etílico. Pelo contrário, o sabor é harmonioso e cheio de complexidade. A prova revela um líquido pastoso e carnudo. Uma sinfonia muito afinada, tocada no tempo certo.

"Herdade Grande, Colheita Seleccionada, Branco 2002" - Vinho da Vidigueira, com 13,5º, que cumpre respeitar. É aromático e frutado, algo redondo, mas muito intenso.

"Vinha da Defesa, branco 2002" - Este vinho é muito delicado. Quase apetece dizer delicodoce. Fresco e floral. Muito agradável para aperitivo. E para isso não lhe faz falta nenhuma companhia.

domingo, agosto 24, 2003

"Esporão Branco - Reserva 2001" - Quando um vinho deixa nos lábios um travo agradável e manifesta uma estrutura consistente, de forma a deixar na boca um sorriso que se prolonga pela garganta, já não interessa dizer muito mais. É bom e pronto! Distingue-se, este vinho, pelo carvalho americano em que estagiou. A sua força amarga transpôs-se para ele e marcou-o indelevelmente.

sábado, agosto 23, 2003

"João Portugal Ramos - Syrah, 2001" - Love it or leave it. Syrah é assim. É um vinho que cheia a borracha queimada e cujo travo faz lembrar fruta fermentada. Ou mesmo vinho feito de batatas podres. Quando se abre a garrafa, a impressão é arrasadora. Mas vai evoluindo e no segundo copo choca menos : revela-se o seu lado de bom selvagem. Um vinho soberbo.


"Porto Poças Vintage 1996" - A medalha de ouro da revista Wine é mais que merecida. Na primeira impressão o álcool sobrepõe-se aos outros componentes. Depois, arejando, os espíritos libertam-se e fica o sabor puro de um vinho muito bem feito e já equilíbrado. Um vintage do melhor.

sexta-feira, agosto 22, 2003

"Solar de Serrade - Alvarinho, 2001". Tudo, neste Alvarinho, é nobre e distinto. O nome, o local e as referências da produção, a garrafa e o rótulo. Provado o vinho, revelou ser aristocrata: discreto, mas com personalidade bem definida; pouco seco e quase nada fresco; sofisticado, mas equilibrado, agradável, mas não exuberante. Se servido refrigerado, mantém a sua solenidade discreta. Quando a temperatura sobe, o verniz estala um pouco e libertam-se a adstringência e o carácter puro e duro da casta.
"Porto Poças Vintage 2000" - Como pode a modéstia esconder um monumento vinícola ! Garrafa discreta, rótulo menos que banal, marketing inexistente. Porém, aberta a rolha, emerge um vinho ainda novo - que melhorará - pastoso, com sabor a chocolate e cerejas. Cola a sua adstringência à boca, deixando um rasto prolongadíssimo e intenso de taninos. De sobremesa, para ser acompanhado por nada.

quinta-feira, agosto 21, 2003

"Deu la deu - Alvarinho" - Versão 2002 de um clássico. Poderia comodamente dizer : palavras para quê? Mas é pouco. Adianto ainda que é o Alvarinho mais fresco e frutado da temporada. Ao contrário de outros do mesmo ano, está já pronto a degustar. Tem uma ligeira agulha que o torna muito apetecível nos dias quentes.

"Rueda Verdejo Sanz" - Varietal honesto e equilibrado. E não mais. Nem sempre espanhol é melhor. Y punto.

"Dona Ermelinda" - Tinto de Palmela. O castelão ou periquita de que é feito, pica na boca, de deixa àspera. Pede algo macio para o acompanhar e contrariar. No aroma, nota-se chocolate derretido. Pelo preço (pouco mais de 3 euros), não é fácil encontrar melhor.

quarta-feira, agosto 20, 2003

"Quinta da Lixa, Loureiro 2002" - Plagiando, foi você que pediu um vinho verde fresco e leve, próprio para a época, mas ao mesmo tempo de carácter e travo bem definido? Será o caso. Além disso, eu diria que este vinho roubou o aroma à toranja e, tal como ela, é pouco denso e sofisticado. Pelo contrário, é despreocupado e nada pretencioso; por isso, deixa-se beber muito bem. Querem melhor ?

"Torre de Menagem 2001" (Alvarinho / Trajadura), Quintas de Melgaço - Sobre alvarinhos, neste quase fim do verão, está tudo dito. Resta explorar duas perspectivas: qual deles sublinha melhor o carácter da casta (ponto i); qual deles melhor combina a casta com outras, de modo a adoçar o carácter másculo, dando-lhe frescura e delicadeza (ponto ii). Este, está bem. 5% de Trajadura não lhe retiram o sabor da vide nem a personalidade, mas arredondam a aspereza e tornam este vinho mais urbano.

"Porto Krohn LBV, 1998" - Já se sabia que 1998 foi um ano pouco evidente. Este vinho de sobremesa, vai bem com a dita. Mas honestamente, de um LBV espera-se um pouco mais. Apesar disso, é poderoso e intenso. Curiosamente, ganha se for aberto com alguma antecedência. O que vale por dizer que no dia seguinte fica melhor... Talvez por ser novo e ter muitos espíritos para libertar.

segunda-feira, agosto 18, 2003

Quinta da Alorna (II): aroma discreto mas elegante, com a madeira a não esconder o amanteigado do chardonnay; na boca está fresco, com boa acidez que lhe é dada pelo arinto; vai ganhando complexidade com a subida de temperatura no copo; acompanha entradas variadas, crepes chineses e queijos de sabor não muito intenso.
LP

Martivilli (II): Aroma intenso a maracujá, ananás e pêssego; ligeiro gás, acidez acentuada que é suportada pelo corpo, fresco; final prolongado. Ganhará com um ou dois anos de garrafa.
LP.


"Quinta da Alorna - Branco, Reserva", 2002 - Chardonnay e Arinto, na medida certa, sendo o primeiro mais marcante que o segundo dependendo da temperatura a que é servido. Corpo cheio, convida a copo cheio. E a acompanhamento cheio, também (não é o típico vinho fresquinho de verão).

"Martivilli - Verdejo", Rueda, 2002. Já existem em Portugal varietais desta casta. São em geral secos e ásperos. Este é-o menos. Mais aromático e fresco. Os verdelho deverão beber-se mais amadurecidos do que este o foi. Azar o dele...

sábado, agosto 16, 2003

"Quintas de Melgaço", (Alvarinho/Trajadura) - Vinho equilibrado, algo ácido, como lhe compete, encorpado e fresco. Próprio para o verão. Apropriado para acompanhar qualquer manjar de férias e, em especial, se for peixe grelhado. Deve ser bebido muito fresco.

"Muralhas 2002". Este clássico vinho verde, da Adega Cooperativa de Monção, está melhor que os de anos anteriores. Pronto a beber, embora não perdesse pela demora. Talvez comece a acertar o passo com os Alvarinhos que, definitivamente, ganham se forem bebidos dois invernos depois de feitos. Este Muralhas é fresco q b e é intenso q. b. O equilíbrio certo entre o denso Alvarinho e o fresco Trajadura.

"Casa do Arco 1996". Valpaços é uma região com grandes pergaminhos. Lamentavelmente têm quase todos muitos anos. Recentemente a Adega Cooperativa lançou umas garrafinhas de vinho muito bem elaborado. Monocastas, com grandes potencialidades. Em particular o Trincadeira Preta, vendido a um preço muito baixo, em garrafas de meio litro. Talvez recupere o nome esquecido da região transmontana.

"Chaminé Rosé, 2001". Irmão do tinto de combate com o mesmo nome, este refresco de verão reconcilia-nos com os rosados. Sim senhor! Não desmerece do seu rico primo "Cortes de Cima" ou do nobre "Syrah" do mesmo produtor. Cliff Richard, que fornece uvas para esta casa, apreciará este vinho de Hans Kristian Jorgensen. Atenção aos 14 grauzitos deste rosé!

"J.P. - Moscatel de Setúbal". Geladinho, este vinho de Azeitão é uma sobremesa de truz. Sobretudo se for acompanhado por um queijo cremoso. Consta que tem sido servido na cerimónia de entrega dos prémios Nobel. Tem a vantagem, sobre alguns dos seus concorrentes, de não ter efeitos no "day after"...

"Pousada - LBV 1997". Ainda no capítulo das sobremesas e dos queijos, aqui fica um registo excelente. Boa cor e aspecto pastoso, tem que mastigar-se, para melhor se degustar. O copo fica colorado e a boca nem é bom falar. Verdadeiro néctar, este vinho do Porto só tem um senão: não é filtrado. Dito de outra forma: não se tomando precauções, a ressaca é certa. Mas vale bem a pena.
"Touquinheiras 2001" - Alvarinho
De Melgaço e de um pequeno produtor. Bastante fresco. Com algum corpo, mas com curvas algo arredondadas. Talvez se manifeste mais se não estiver excessivamente refrigerado. Final bastante intenso, a revelar bem a casta.